como o poema completa 15 anos neste ano, faço aqui, no dia do aniversário de josé nelson tucori - o Zé - a introdução do poema à sociedade.
Tenho que dizer que, mesmo sendo um poema pro meu pai, sempre senti vergonha da minha petulância juvenil de meter um "em resposta a Drummond" no alto do poema.
Hoje, eu acho graça.
Obrigado a você também, Joh, por me fazer querer encontrar este poema de novo.
(meu avô, meu pai e meu irmão - 2004)
(em resposta a Drummond)
E a hora, José!
E a hora, José
de se levantar
a poeira espanar
e recomeçar
com o que te restou.
É a hora, José!
Éa hora pra ser,
não apenas um homem
que cai e levanta,
é a hora de ser
quem usa a derrota
e faz dela vitória
É a hora, José!
Ficou sem sorriso
Ficou com saudades
Ficou apavorado
O que adianta gritar?
O que adianta chorar?
E rir, de que adianta?
E o azul já foi
E a rima já foi
Já foi quase tudo
Mas nem tudo fugiu
Ainda resta José
Ainda resta você
Você é o agora
José, é a hora!
É a hora, José!
Espalha tua palavra
Sua água, seu fogo
Espalha teu canto
Tua luz, teu encanto
Tua frágil fortaleza
Teu escudo de seda
Tua ordem caótica
Teu caos ordenado
Teu nome – é a hora!
Tua vida nas mãos
Apenas tuas mãos
As únicas mãos
Não é preciso morrer
Não morrer pra você
Não morrer por ninguém
você quer vida, José
José, é a hora!
Se você caísse
Se você sumisse
Se você fugisse
Se você partisse
Cairia sozinho
Sumiria sozinho
Fugiria sozinho
Partiria sozinho
E permaneceria sozinho
Sozinho não ficaria...
Você é GRANDE, José!
Agora marcha, José
Faz o mundo ouvir
Que você ainda tá aí
Acorda o povo dormente
Você tem força pra isso
É hora de cuspir
É hora de surgir
É hora de gritar
É hora de derrubar
É hora de viver
É hora de vencer
É a hora de ter fé
É a hora de José.
(feliz aniversário, zé)
1 comentários:
Fê: vc sempre me emociona de um jeito ou de outro; por lembrar da data desta forma que demonstra a genialidade das suas inspirações e a saudosa lembrança do meu velho pai. Um abração e muito obrigado. Zé. 13 de abril.
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