15.4.09

no segundo ano da faculdade, em 1994...

em meio a uma irritante aula do ainda mais irritante faria, eu me sinto com uma missão divina de salvar algo sagrado.
tendo em vista o inacreditável volume de besteira que costuma sair da boca de um aluno médio da fiam, somado ao tom de voz tedioso e a postura de dono da verdade de nosso amado professor, cumpre-me dizer que o objeto sagrado que pretendo salvar nada mais é que meu deficiente – porém existente – cérebro.
A melhor coisa a se fazer em uma situação como essa me parece ser entreter o meu sistema nervoso central com coisas inúteis, de modo que este não entre em pane e acabe por me transformar numa coisa tão ou mais asquerosa que esta à minha frente, julgando ser um messias, espalhando a cultura que aprendeu nos porões do DOPs para os vermes que têm a sorte de assistir à aula dele, colocando, assim, seu nome de uma vez por todas na galeria eterna dos ícones imortais da história ocidental.
É o tipo do cara que penteia seus ralos e parcos cabelos diante do espelho e, depois, se retira - e, quando o faz, sente pena do espelho por não mais poder refletir seu magnífico semblante.
Esse filho da puta deve assistir noticiário na TV e ficar inventando repórteres pra quem deu aula e, pra impressionar a empregada, diz que, se não fosse por ele, o tal repórter não saberia nem escrever.
Eu, pessoalmente, adoraria sair daqui, formado, e entrevistar todo mundo que já teve aula com esse imbecil, editar as opiniões de todos eles a respeito do Grão Mestre Faria e exibir no circuito interno da FIAM.

(texto escrito, obviamente, durante uma aula do professor faria, que dava aula de ética na fiam, em 1994. por questões pertinentes à própria matéria – e também à falta de meios adequados – o texto só foi passado a limpo agora)
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