18.2.11

TÁ CHOVENO UNS PEDRÃO MONSTRO, MANOLO



Comecinho de 2001. A 01 Digital ia voltando ao normal depois de um fim de ano corrido pra caralho, fazendo o site oficial do Rock In Rio. Chovia – pra variar – todo final de tarde em São Paulo.

Trabalhar na 01, naquela época, era a coisa mais engraçada do mundo.

Foi a época em que a redação ainda tinha cinco pessoas: Alysson, Zappa, Carranquinha, Tati e eu. Fora isso, tinha todo o pessoal da produção – Fábio, Gus, Nambão, Claudinho, Renato, Panissi, Léo. Naquela época, nosso artilheiro de merdas feitas, o grande Alex Araújo (aquele que respondeu à pergunta: “Qual seu beatle preferido?”, com um “Eu FIZ os Beatles!”), ainda dividia sala com o Marcelo Penteado, no financeiro. Então, a gente ouvia as pérolas dele só de vez em quando.

Era uma época em que todo dia, quando dava 18 horas, era hora do “bons sites”. Era um número que nunca foi ensaiado, mas que a gente executava todos os dias. Alguém perguntava que horas eram, outro respondia que era “hora do bons sites”. Alguém botava “A Lenda”, de Sandy & Junior, pra tocar e todos se levantavam, se abraçavam, desejavam “bons sites” (nada mais natural, afinal, a 01faz bons sites- até hoje) uns pros outros. No final, claro, tudo acabava em tchu-tchu no Panissi – que era a vítima preferida de todos nós.

Era época em que eu quase bombei por falta no Indac porque era mais divertido ficar por lá mesmo e jogar – em rede – rodadas e mais rodadas de Monster Truck – em rede – fazendo pactos pra destruir só o carrinho do Panissi.

Era a época em que, no molde de como era no iG, a redação era cheia de relógios. O lance é que, se no iG, eles marcavam os horáios de Londres, Tóquio, Moscou, Los Angeles, Nova York, na 01, os relógios marcaram a hora de São José dos Campos, Franco da Rocha, Mogi-Mirim, Miracatu, Jaú, Jarinu, Tupã, Bauru. Todos eles marcavam a mesma hora, mas era essa a piada. E a gente ria dela.

Tinha um pinto de borracha, carinhosamente apelidado “Marco Maciel”, que ficava junto com todos os outros brinquedos, em cima de um armário. Tinha o Kiss em miniatura, um Raul Seixas de durepoxi, um sapo de plástico, um robô, uma kombi psicodélica, umas criaturas do Yellow Submarine. Tinha o pinguim Lunux, do Panissi, que sempre amanhecia no freezer. Teve um dia, que alguém chegou mais cedo no trabalho e lambuzou o Marco Maciel com Nescau molhado, dando a impressão de que alguém tinha enfiado o pirocão no cu.

Outra história legal dessa época é sobre como o Fábio virou dono do cu do Léo.
A gente inventou um jogo indoor – porque era a época em estávamos tentando implantar a ideia das “Olimpíadas da Burocracia” pro funcionalismo público – que era o mini-futebol de copinho. A gente pegava uma daquelas bolinhas de controlar tendinite e tentava chutar com precisão o bastante pras que ela entrasse dentro de um copo plástico, do outro lado da sala. Era difícil pra caralho, mas a gente continuava tentando. Quando foi a vez do Fábio tentar, o Léo duvidou que ele fosse capaz de acertar. “Se você acertar, eu dou meu cu pra você”, disse o Léo. O Fábio acertou e assim termina a história de como o Fábio virou dono do cu do Léo.

Pau no cu.

Lembrei disso por causa da foto que o @GabrieLouback postou – e que eu roubei.
Porque um dia, numa daquelas chuvas de começo de ano, ficou todo mundo na cozinha olhando pra fora, porque não sei quem disse que tava chovendo pedra.
O Fábio e eu, sem que ninguém percebesse, afastamos o pinguim do Panissi – que ele ainda não havia percebido que tava dentro do freezer - roubamos a cuba de gelo e levamos pro andar de cima. Na hora que alguém mencionou que não tava chovendo pedra porra nenhuma, a gente tacou um cubo no quintal. Só faltou nego gritar “CARAMURU!” e correr pras montanhas.
Só que o ângulo em que a gente tacava as pedras não era muito crível e, logo, o povo começou a desconfiar que era sacanagem. Antes que isso virasse certeza, a gente tacou todo o gelo de uma vez só, com a cuba inteira junto – aquela cuba laranja, de plástico - e disse, alto:
“CARA! Cada PUTA GELÃO tá caindo do CÉU!”.

Bons tempos.
Bons sites.
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2 comentários:

Fernando Panissi disse...

Pra começo de conversa, quem tinha um pinguim era o LEO. Eu, panissi, tinha um SAPO. Como comprova esta foto do ALEX ARAUJO de posse do PINGUIM do LEO e do SAPO. http://www.panissi.net/wordpress/wp-content/uploads/2007/03/seualex.jpg

Se formos escrever a pérolas da época, renderá um livro de contos de humor (negro).

ahahahaha

Denise disse...

Tucas,

Morri de rir. Isso porque eu nem trabalhei lá! Era uma "agregada".

beijos mil