8.10.08

ESTILHAÇOS

Essa é minha proposta de release. Acho que eu deveria escrever porque eu sou jornalista, e porque, além disso, eu sou um ator que participa da peça. Acho que qualquer um de nós - apoderia fazer isso: discorrer longamente sobre o quanto a estrada pra chegar onde chegamos é longa. Só que o fato de ser jornalista me ensinou a falar com jornalistas e os jornalistas preferem que você vá direto ao ponto.

Então tá.

Serviço:
ESTILHAÇOS
estréia: dia 02.11.2008
Local: Instituto Capobianco
Rua Álvaro De Carvalho, 97/103, - Centro – São Paulo, SP
Tel.: 3255-8065 e 3237-1187
com Rene Ramos, Andréa Fray, Rejane Quaglia e Fernando Tucori (que sou eu)
SÓ AOS DOMINGOS - 18 horas (até 14/12)
Espetáculo inspirado na vida e na obra de Tennessee Willians.
mais informações: http://www.institutocapobianco.org.br/




Agora, deixa eu falar.


“Estilhaços” é um passo adiante num caminho que os quatro atores já vinham trilhando. “Tínhamos este encontro marcado faz tempo”, diz Stanley Kowalski no momento mais aterrador de “Um Bonde Chamado Desejo”. O ator e diretor Rene Ramos convive com a persona rude do sr. Kowalski há um longo tempo. Blanche DuBois é uma assombração que ronda não apenas a mulher, como todo ser sensível-poético-lírico. A iminência do desastre. Que a aquela mesma boca que já nos abocanhou venha para terminar o que começou.
Depois de um trabalho aprofundado em solilóquios em um experimento fantástico em que Stella era a carne e Stanley abocanhava flores e cuspia pétalas em revoada – lembro bem disso porque, com o Rene dirigindo, esse tal Stanley fui eu.
Quando o Rene me chamou para ler o texto de Tennessee Williams, chamou Andréa Fray e os três concordaram que Rejane Quaglia haveria de ser a Blanche. E, quando Rene abriu o jogo e disse que queria adaptar o texto original à realidade dos moradores de rua, eu pirei.
“Tínhamos esse encontro marcado há muito tempo”.
Caralho.
Os maiores outsider de todos. Tennessee Wiliams é o pai de todos os outsiders, das pessoas que vagam na sarjeta olhando o teto de estrelas. Na hora, me veio à cabeça Hélio Matheus. Rene disse que queria que a gente cantasse e aí, fodeu. Hora e meia e eu falando do Helinho, um compositor genial que conheci visitando um albergue no Brás, das suas músicas – gravadas por Elis Regina (“Comunicação”) e mais deus-e-o-mundo (“Camisa 10” e “Kriola”) - mandei um CD com músicas do Hélio Matheus pra cada um e mandei a matéria que tinha escrito sobre ele e mandei pra eles a gravação que eu fiz com Helinho cantando uma composição inédita, “Livro Aberto”, só no violão, na calçada da rua Assunção, entre os motores dos carros.
Na época em que a gente começou os primeiros improvisos dirigidos, eu estava lendo o livro de memória do Tennessee e, quando o Rene falou de adaptar a história completamente, sem deixar pedra sobre pedra, estava claro que o livro devia ficar com ele e não comigo.
Portanto, acabou que a peça ficou – toda ela – um reconhecimento a Tennessee Williams. Seus personagens roubavam falas da vida do autor e nós as roubamos todas de volta. Cada um de nós, Blanche, Stella, Stanley e Mitch, somos ainda mais filhos de Tennessee – o pai de todos os outsiders.
Sim. E a gente canta na peça. Prefiro dizer que a gente cantarola. Porque é aquele cantar que é inevitável – o momento em que uma canção fica maior que a vida e que não importa com que voz você a cante, ela é o cantar da lavadeira, do engraxate, do bêbado dolorido, do palhaço embasbacado, da madame distraída. Cada qual no seu canto. Cada qual com seu encanto.
E, claro, a gente vai contar com músicas de Hélio Matheus. O próprio Hélio adora o texto da peça e é um fã da versão pro cinema, dirigida por Elia Kazan, com Marlon Brando fazendo o papel de Stanley e Vivian Leigh fazendo o papel de Blanche. Ele autorizou que a gente use toda e qualquer música dele, mas tem sempre a burocracia pra resolver.
A peça é só aos domingos e às 18 horas, porque, honestamente, isso foi tudo que a gente pode pagar.
E vai até o dia 14 de dezembro.
Próxima temporada?
Não sei dizer.
Acho que ESTA temporada aqui depende de mais mim.
E a PRÓXIMA temporada depende mais de você.

Em outras palavras: venha ao teatro me ver.
Tem estacionamento perto e depois a gente vai jantar no Luna’s, no Planeta’s ou no Piolin.
Não gosta de teatro?
Bom...
Faz assim.
Doa 10 conto e ajuda a gente a pagar o aluguel do teatro,
Nem precisa ir na peça.
Aparece depois, pra jantar.
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6 comentários:

Anônimo disse...

Peça interessante, mais longe de estar lá pra ver.
Mais me mostro disposto a pagar os 10 mangos pra ajudar no aluguel do teatro. (:
Sem mais.

Lubi disse...

você sabe que eu vou, né?
poisé. eu vou.

Rubens Oliveira disse...

já está com força e divulgado no meu blog!!

E ainda lancei uma campanha de multiplicação de "release"..

hehehe

http://asetimavisao.blogspot.com/2008/10/dica-espetculo-estilhaos.html

Priscila Freitas disse...

vou comprar a passagem pra sp, peraí.

=D

Unknown disse...

Eu vou... até o fim da temporada a gente se tromba mais uma vez, Mitch. Merda pra vocês. Sou fã de todos vocês. Beijos, beijos, beijos...

Lilly Oliveira disse...

Só a gente sabe o trampo que é fazer TEATRO, mas ôoo Amor danado que não deixa a gente parar de subir no palco, ou fazer no chão, na rua, na praça...Seja lá onde for...mais uma vez!

Merda!!! Rene e Cia, estarei lá na estréia...Beijo Grande.

Lili